Seu Adalberto acendia uma vela todo dia 19 de abril. Não porque fosse seu aniversário, mas porque era o dia de Santo Expedito — o santo a quem ele confiava o maior desejo de sua vida: a volta do filho desaparecido.
Caio, seu único filho, havia saído de casa brigado com o pai há mais de sete anos. Não dava notícias. Nenhuma carta. Nenhum sinal.
Mas em 19 de abril daquele ano, durante a procissão na paróquia do bairro, uma mulher se aproximou e disse:
— Seu Adalberto, tem um rapaz ali no portão procurando pelo senhor…
Era Caio. Magro, de olhos marejados, com um rosário na mão.
— Pai… eu só voltei porque sonhei com um homem vestido de soldado romano que me dizia: Vai agora. Não espera mais.
— Acordei e vi que hoje é dia de Santo Expedito. Achei que era sinal.
Eles se abraçaram por longos minutos. Naquele dia, a fé venceu o tempo.
Santo Expedito não só corre. Ele também traz de volta.
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